A triste realidade sobre a pesca da tainha

A triste realidade sobre a pesca da tainha

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Antes de escrever este post resolvi fazer uma pesquisa na internet a procura de embasamento cientifico ou da lei, para não ficar tanto no “achismo” ou falando algo somente no meu ponto de vista.

Hoje fui surfar 6:40 da manhã, com aquele mar de leste e mais de 2 metros de altura.

Chegando na praia já vi que o mar não estava pra peixe, pois nesta época de pesca da tainha, os cardumes só chegam perto da praia quando a ondulação e correntes de sul estão presentes, além de mar calmo, facilitando os barcos na hora de passar a arrebentação das ondas.

Fui lá, vi alguns pescadores com suas tarrafas nas mãos, mas vi que ninguém estava pensando em colocar seus barcos a remo feito de uma árvore chamada “Guapuruvu” na água.

Entrei, vi que a formação estava ruim, pois a corrente de leste estava forte, além do banco de areia estar alterado devido a forte consistência do mar que está quebrando com mais de 2 metros praticamente todos os dias.

Peguei uma onda ruim, voltei pro outside, peguei outra ruim e resolvi sair do mar. Bem na frente dos pescadores, para minha infelicidade.

Estava deitado na prancha e passei por um pescador com água na altura do peito e tarrafa na mão, falando alguma coisa com cara de bravo que não consegui entender.

Cheguei na areia e o “famoso Getúlio”, presidente da associação de pescadores do Campeche, veio falar comigo.

Antes de continuar, digo que moro desde o ano de 2001 no Campeche, e frequento a mesma praia fazem mais de 20 anos. Conheço todos aqui, surfistas, pescadores e moradores.

Getúlio veio até mim falando que não podia surfar ali, que as praias que estão liberadas para o surf são Joaquina, praia Mole, entre outras, e eu falei: “Eu moro aqui, as ondas estão grandes, o mar não tem tainha, porque eu deveria ir para outra praia para surfar?”.

Ele ficou mudo durante uns 5 segundos, sabendo que eu tinha razão, mas mesmo assim falou que não podia surfar.

Procurei na internet por uma lei que fale sobre a proibição da prática do surf no período da tainha, e esta lei simplesmente não existe.

Abaixo segue um trecho que retirei de outro site falando sobre este assunto de forma mais extensa, e que vale a pena a leitura para reflexão:

“De fato, e qualquer leigo sabe, não existe uma lei que proíba as pessoas de entrarem no mar. E aqui existem muitos pondos a se considerar. Primeiro, é que a Portaria da Capitania dos Portos que proibia o surf foi revogada com o surgimento da Instrução Normativa número 171, de 9 de maio de 2008, do Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (IBAMA). A instrução normativa aborda a pesca da tainha, e segundo o IBAMA não há nenhuma especificação quanto a proibição a prática do surf, pois esse assunto não é da sua competência. Desta forma, a proibição de pessoas livres entrarem no mar para pegar ondas, é ilegítima. Vale lembrar também que mesmo que essa lei fosse legítima, ela deveria ser executada por agentes públicos responsáveis, e nunca pelos próprios pescadores, como vinha acontecendo. Na verdade, o ato de proibir alguém de usufruir da praia, isso sim é crime. Se houver constrangimento ou violência, as penas podem aumentar ainda mais. O mais certo a se fazer, em caso de violência ou de ameaças, é procurar a polícia e fazer valer o seu direito de cidadão. Se ninguém denunciar, os abusos contra os esportistas continuarão. Os surfistas estão impedidos de entrar no mar porque são acusados de espantar o peixe, quando todos sabem que o peixe não vê o surfista como ameaça, porque não somos predadores da espécie e quando não existe estudo algum que comprove esse fato. Fato esse, que de fato, não existe. O que existe hoje em Santa Catarina e que vem funcionando razoavelmente bem é um acordo, que foi feito em Florianópolis, onde o vereador Xande Fontes, na época também Presidente da Federação Catarinense de Surf, se reuniu com as autoridades e representantes da pesca e firmou um termo de compromisso entre surfistas e pescadores, onde durante os dois meses da pesca, o surf ficaria restrito a poucas praias por região, em favor do respeito à cultura da pesca.”

Link para o texto completo acima, vale a pena ler: http://surfabout.blogspot.com/2010/05/pesca-da-tainha.html

Pensando sobre a cultura da pesca da tainha, penso que o que existe é uma cultura, que não deseja mudar, como se a mudança fosse ruim. Pensando sobre questões culturais e mudanças, lembro das culturas orientais, e penso também nos Muçulmanos, que proibem as mulheres de exibirem rosto, pernas, braços, etc.

Não quero que os pescadores não pesquem, e também não quero que os surfistas não surfem.

Acho que tudo está relacionado com tolerência, cultura, mudança, bom senso e respeito.

Era isso por hoje, viva a vida.

Um grande abraço.

14 thoughts on “A triste realidade sobre a pesca da tainha

  1. Parabéns pela matéria e pelo site ,ficou muito maneiro !!!
    Muito surf e paz meu brother !!!
    Aloha!!!

  2. Realmente essa parada da pesca da tainha é uma situação bem delicada , eu morei ai no campeche durante 5 anos e o que pude ver é uma falta de respeito tanto dos surfista quandos dos pescadores . Os surfista não estão nem ai pros pescadores e comtinuam a surfar mesmo com ondas pequenas, em dias de pesca . E os pescadores acabam ,em algumas situações , agredindo os surfista como eu ja presenciei.
    Acredito que a solução é o bom senso e o respeito entre as partes .

  3. Dá-lhe meu amigo Xandinho!!!

    Pois é camarada, vai ano, vem ano, e é sempre a mesma história… porque da violência e falta de respeito se tem lugar pra todo mundo. Ou o oceano ficou tão pequeno que é necessário partir para a agressão fisica/verbal quando se está frustrado com a falta de peixe/ondas ???

  4. Dalhe Gaaaaaaaavin…. irado o Blogzeeeeeeeeeeeeeeti…
    Sobre esse assunto “PERÍODO DA PESCA DA TAINHA”
    Na minha opinião, é totalmente cultural a parada…
    Vai vendo…

  5. Ano passado eu ja havia enviado este mesmo texto para alguns sites tambem, acho que estas coisas antigas e ultrapassadas contra o meio ambiente como a pesca da tainha e a farra do boi est… Ver maisão com os dias contados, como um orgão público permite a pesca na fase de reproduçao de uma espécie. Estes pescadores da beira da praia nem vivem mais da pesca, até porque cada ano tem menos tainha proxima da praia e menos dias de pesca, as grandes embarcações ja pescam tudo em alto mar.
    Acho simples, foi combinado bandeira como em todos os anos, se nao tinha bandeira entao tem q entrar mesmo, eles tomam tanta cachaça q nao conseguem nem por a bandeira no lugar.
    No resto do Brasil não existe esta proibição ridicula, digo ridicula, pois todo mundo sabe que surfista nao espanta cardume, eles pulam do nosso lado…ou seja, uma regra…. que nao é nem baseada em nenhuma lei federal, que lesa o meio ambiente, e a gente ainda tem que cumprir….fala sério!

  6. É isso ai Fabi, fala sério!!! Faz uns 3 anos já que eu não to nem ai pros pescadores que não querem me deixar surfar quando as ondas estão grandes demais para eles, eu vou e fico lá de boa surfando, mas a energia fica tão ruim, e quando eu saio da água a incomodação é tão grande, que o astral infelizmente não tem nada a ver… ai ai… um dia chegaremos lá…

  7. Hey man!!! parabéns pelo site! ficou ótimo, assim como o texto sobre a tainha!
    Keep surfing! Good waves and have a nice week!!!

  8. tudo acontece talvez por nao ter uma demarcaçao clara,com placas.lugar para pesca e lugar para surf.ai ninguem reclamaria da razao do outro,pois seria clara.meu blog sona-pescaria.blogspot.com

  9. dai Christian que modo legal de viver a vida alem de ter o dom de entrar em conflito com surfistas agora queres entrar em conflito com os pescadores? o cara, em vez de querer arrumar briga com as pessoas, vai rezar que tu vai ganhar muito mais ,o nosso tempo é muito curto para ocuparmos com coisas mesquinhas,fica com Deus e que Ele te abençoe, que assim seja.

  10. Estoy [impresionado | asombrado], Tengo que admitirlo. Pocas veces encuentro encuentro un blog {igualmente educativo y interesante y sin lugar a dudas {tú has golpeado el clavo en la cabeza El problema es algo no es lo suficientemente personas son que hablan inteligentemente. Estoy muy contento que I encontré esto durante mi búsqueda de algo concerniente a esto .

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